sábado, 13 de abril de 2013

Muricy Ramalho divide opiniões da torcida santista

Estava há muito tempo sem postar aqui no blog por falta de tempo. Continuo com o mesmo problema, ainda mais estando em ano de TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), mas, devido aos últimos acontecimentos, me senti obrigado a escrever este post.

A atual pauta no Santos Futebol Clube é a seguinte: “Esse time não me representa”, campanha idealizada pela Gisele Berto  e que vem dividindo a torcida alvinegra. De um lado, há uma grande parte que concorda com o protesto. Acham que o técnico Muricy Ramalho, sua comissão e até mesmo a diretoria da equipe já estão ultrapassadas e pedem mudanças. Do outro, as organizadas e uma menor parte dos chamados torcedores comum que batem na tecla de que Muricy Ramalho conquistou 4 títulos no comando do Santos e não merece as críticas que vêm recebendo.

Créditos: uol


De forma alguma quero ser o dono da verdade, mas preciso constatar alguns argumentos. Que o treinador conquistou títulos, é verdade. Que tirou o time da fila da Libertadores que durava 48 anos, também é verdade. Mas paramos por aqui! Depois da conquista do torneio continental, foram 6 meses de preparação para o Mundial Interclubes contra o Barcelona (campeão da Uefa Champions League daquele mesmo ano – 2011). O Brasileirão ficou de lado, era visto apenas como um torneio-treino para tentar surpreender umas das melhores equipes que o futebol já teve. A esperança do torcedor era de que realmente o Santos pudesse, de alguma forma, repetir o que o Internacional de Porto Alegre havia feito em 2006. O tempo passava e o torneio se aproximava. Em uma partida do brasileiro, o volante Adriano, que havia conquistado a vaga de titular durante a Libertadores, se machucou e estava fora do Mundial. A perda era enorme, já que apesar da sua limitação técnica ofensiva, era compensada com a sua vontade na marcação. Não havia tempo para achar um substituto e o Santos foi com o que tinha para o Japão. Lá, ganhou a semifinal da competição diante do Kashima Reysol por 3 a 1 e na grande final, encarava o todo poderoso Barcelona.

Muricy Ramalho então tentou surpreender. Entrou em campo com 3 zagueiros (quando seu habitual esquema era o 4-4-2). O treinador nunca havia testado essa formação durante os 6 meses preparatórios para o Mundial. Resultado: o Santos perdeu e perdeu feio de 4 a 0 para os espanhóis. A superioridade adversária era enorme. Somado a isso, estava um time apático que entrou em campo para assistir o Barcelona jogar. Perdidos em campo, Neymar, Ganso, Elano e companhia não sabiam o que fazer, apenas abaixaram a cabeça e saíram derrotados da final.

De lá para cá, tudo piorou. Elano foi negociado com o Grêmio. Paulo Henrique Ganso foi vendido ao rival São Paulo. Borges foi para o Cruzeiro. Assim, os jogadores titulares deixaram o Santos. Muricy e seu elenco até conquistaram o Paulistão em 2012 e a Recopa do mesmo ano, mas, em ambos os jogos, sem brio em campo. Sem a vontade e determinação que deram o título da Libertadores no ano anterior, sem a alegria e festa de 2010 que colocaram o Santos no topo do país novamente depois 2 anos que lutava para não cair na série B do brasileiro.

Ou seja, Muricy ganhou sim títulos, mas acabou com o DNA ofensivo que sempre foi o marco do Santos Futebol Clube. Dizem, que jogar feio e com resultado é melhor do que jogar bonito sem vencer. Mas o Santos não é isso. O Santos é um time que joga bonito e tem resultados, se começa a jogar feio pra ter resultado, é porque tem coisa errada por aí.
Apesar da divisão da torcida, uma coisa precisa ser retratada aqui: os jogadores do Santos não aguentam manter o empenho 90 minutos. Se jogam bola nos 45 minutos iniciais, morrem na segunda tempo, ou vice-versa. A preparação precisa melhorar, o time precisa voltar a ter padrão de jogo, ter vontade, jogadas ensaiadas ou algo que surpreenda o adversário. Enfim, o Santos precisa voltar a ser Santos!


Um forte abraço e até a próxima neste mesmo batblog.