Estava há muito tempo sem postar aqui no blog por falta de
tempo. Continuo com o mesmo problema, ainda mais estando em ano de TCC
(Trabalho de Conclusão de Curso), mas, devido aos últimos acontecimentos, me
senti obrigado a escrever este post.
A atual pauta no Santos Futebol Clube é a seguinte: “Esse time não me representa”, campanha idealizada pela Gisele Berto e
que vem dividindo a torcida alvinegra. De um lado, há uma grande parte que
concorda com o protesto. Acham que o técnico Muricy Ramalho, sua comissão e até
mesmo a diretoria da equipe já estão ultrapassadas e pedem mudanças. Do outro,
as organizadas e uma menor parte dos chamados torcedores comum que batem na
tecla de que Muricy Ramalho conquistou 4 títulos no comando do Santos e não
merece as críticas que vêm recebendo.
Créditos: uol
De forma alguma quero ser o dono da verdade, mas preciso
constatar alguns argumentos. Que o treinador conquistou títulos, é verdade. Que
tirou o time da fila da Libertadores que durava 48 anos, também é verdade. Mas
paramos por aqui! Depois da conquista do torneio continental, foram 6 meses de
preparação para o Mundial Interclubes contra o Barcelona (campeão da Uefa
Champions League daquele mesmo ano – 2011). O Brasileirão ficou de lado, era
visto apenas como um torneio-treino para tentar surpreender umas das melhores
equipes que o futebol já teve. A esperança do torcedor era de que realmente o
Santos pudesse, de alguma forma, repetir o que o Internacional de Porto Alegre
havia feito em 2006. O tempo passava e o torneio se aproximava. Em uma partida
do brasileiro, o volante Adriano, que havia conquistado a vaga de titular
durante a Libertadores, se machucou e estava fora do Mundial. A perda era
enorme, já que apesar da sua limitação técnica ofensiva, era compensada com a
sua vontade na marcação. Não havia tempo para achar um substituto e o Santos
foi com o que tinha para o Japão. Lá, ganhou a semifinal da competição diante
do Kashima Reysol por 3 a 1 e na grande final, encarava o todo poderoso
Barcelona.
Muricy Ramalho então tentou surpreender. Entrou em campo com
3 zagueiros (quando seu habitual esquema era o 4-4-2). O treinador nunca havia
testado essa formação durante os 6 meses preparatórios para o Mundial.
Resultado: o Santos perdeu e perdeu feio de 4 a 0 para os espanhóis. A superioridade
adversária era enorme. Somado a isso, estava um time apático que entrou em
campo para assistir o Barcelona jogar. Perdidos em campo, Neymar, Ganso, Elano
e companhia não sabiam o que fazer, apenas abaixaram a cabeça e saíram
derrotados da final.
De lá para cá, tudo piorou. Elano foi negociado com o Grêmio.
Paulo Henrique Ganso foi vendido ao rival São Paulo. Borges foi para o
Cruzeiro. Assim, os jogadores titulares deixaram o Santos. Muricy e seu elenco
até conquistaram o Paulistão em 2012 e a Recopa do mesmo ano, mas, em ambos os
jogos, sem brio em campo. Sem a vontade e determinação que deram o título da
Libertadores no ano anterior, sem a alegria e festa de 2010 que colocaram o
Santos no topo do país novamente depois 2 anos que lutava para não cair na
série B do brasileiro.
Ou seja, Muricy ganhou sim títulos, mas acabou com o DNA
ofensivo que sempre foi o marco do Santos Futebol Clube. Dizem, que jogar feio
e com resultado é melhor do que jogar bonito sem vencer. Mas o Santos não é
isso. O Santos é um time que joga bonito e tem resultados, se começa a jogar
feio pra ter resultado, é porque tem coisa errada por aí.
Apesar da divisão da torcida, uma coisa precisa ser
retratada aqui: os jogadores do Santos não aguentam manter o empenho 90
minutos. Se jogam bola nos 45 minutos iniciais, morrem na segunda tempo, ou
vice-versa. A preparação precisa melhorar, o time precisa voltar a ter padrão
de jogo, ter vontade, jogadas ensaiadas ou algo que surpreenda o adversário.
Enfim, o Santos precisa voltar a ser Santos!
Um forte abraço e até a próxima neste mesmo batblog.