Na última quinta-feira (19), estive no estádio Mané
Garrincha, em Brasília, para acompanhar a partida que terminou na vitória da
Colômbia por 2 a 1 sobre a Costa do Marfim, válida pela segunda rodada do grupo
D da Copa do Mundo de 2014. E me surpreendi com a qualidade do espetáculo.
Preciso dividir em alguns itens a minha avaliação para
deixar tudo bem explicado.
O estádio
Foi gasto mais de um bilhão de reais no investimento do Mané
Garrincha. Parece assustador um valor desses para a construção do estádio, mas,
ao menos, o produto final é totalmente satisfatório. A chegada e saída do
estádio é feita com muita facilidade, da mesma forma que as entradas em
qualquer setor. Havia uma pequena fila para passar o ingresso na catraca, mas
nada que passasse de cinco minutos.
A revista é muito bem feita com detectores que lembram os de
aeroportos. Após isso, as placas de indicação estavam bem sinalizadas e os
voluntários a todo o mundo ajudavam quem precisava de ajuda.
Para chegar até a minha cadeira foi simples e tranquilo. O
estádio é magnífico! Banheiro limpos, várias lanchonetes para atender o público
(os preços estavam bem altos, mas para um padrão de Copa do Mundo, infelizmente
não se pode mudar muita coisa), acessos fáceis, enfim, não há do que reclamar.
O jogo
A seleção da Colômbia vem forte para este Mundial, mesmo sem
a principal estrela do time, Falcão Garcia. Os ótimos Cuadrado e James
Rodrigues são os pilares deste time, junto com o zagueiro e capitão Yepes, que,
aliás, é um dos grandes ídolos da torcida. A cada jogada que ele disputava era
uma festa nas arquibancadas.
Ainda precisam corrigir muita coisa no time, principalmente
no ataque, mas eles têm tudo para incomodar no mata-mata.
A torcida
Que maravilha! Dos quase 80 mil presentes, me arrisco a
dizer que 75% dos presentes eram colombianos que apoiavam o time a todo o tempo
com uma energia fora do comum.
Eles foram muito receptivos com nós, brasileiros. A todo o
instante queriam tirar fotos e quando pedíamos o mesmo a eles, nenhum se negava
a sair em um retrato.
O Mané Garrincha quase veio abaixo em dois momentos: na
execução do hino colombiano e no gol de James Rodrigues. Inclusive, neste
último instante veio a cena do jogo que precisa ser descrita.
Um rapaz de 20 e poucos anos, eufórico com o gol, subiu na
cadeira e começou a pular. Imediatamente um brasileiro o chamou e repreendeu a
atitude. O jovem, então, envergonhado com a atitude, disse em bom espanhol
"Me perdoe. A emoção é muito grande, não consegui me conter. Vocês
(brasileiros) têm cinco mundiais, então é normal esse momento, mas, para nós
que há 16 anos não disputávamos uma Copa, é impossível não agir desta
forma".
O pós jogo
Após a partida, a festa foi para o entorno do estádio.
Brasileiros e colombianos se misturavam para dançar e pular sem medo algum. Era
ritmo colombiano daqui, músicas brasileiras de cá, mas ninguém se importava com
isso, o importante era interagir.
A minha interação se deu quando troquei um bandeira do
Brasil por uma da Colômbia. Tive que insistir um pouco para que a mulher
aceitasse a troca, mas, no final, até foto ela pediu para tirarmos.
O que deixo de aprendizado deste jogo é que a Copa do Mundo
deveria acontecer todo ano, porque a festa dentro e fora de campo é única!
O lado externo do estádio Mané Garrincha (Foto: Veja)