quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O momento necessário de transformar o futebol no Brasil


O futebol brasileiro vem perdendo forças cada vez mais. E não pense que isso é apenas fruto da má administração da CBF. A questão é muito mais profunda. Existe um mix de coisas que contribuem, há anos, para tudo isso, tais como a emissora detentora dos direitos de transmissão dos principais campeonatos que envolvem times brasileiros, diretorias pífias da grande maioria dos clubes, safra ruim de atletas, trabalho mal feito na base. Enfim, existem outros fatores que poderiam ser citados, mas, o foco principal está aí.

A ideia deste texto é tentar reverter todo esse quadro negativo que o futebol nacional se encontra. Claro que, são apenas pensamentos de um jornalista/torcedor, sem conhecimento de causa para saber a viabilidade de tudo isso, mas, com um propósito claro de contribuir. Abaixo, algumas sugestões de mudança:

Teto salarial

Ora, é absurdo o que os jogadores no Brasil ganham de salário. Pode-se dizer que o futebol movimenta milhões, é verdade, mas, isso não anula o fato das altas remunerações pagas aos atletas.

Um teto salarial poderia resolver essa situação. Os jogadores deveriam ser classificados em A (craques), B (jogadores com potencial), C (jogadores medianos) e D (jogadores que deram sorte de ir para o futebol), ou algo próximo disso.

Isso evitaria, por exemplo, que aquele "pereba" que há em todos os times, não receba R$ 100.000,00 de salários, fazendo com que, a partir disso, gere um certo ciúmes nos jogadores mais badalados.

Direito de transmissão

Não dá mais para os clubes ficarem reféns de uma única emissora. É inegável a qualidade de transmissões da Rede Globo, mas, os clubes acabam criando um laço eterno com ela, principalmente os mais endividados (ou quase todos) que adiantam cotas de transmissões e acabam, assim, tendo que viver em função da emissora e da grade horária dela.

"ah, mas agora eles têm que viver amarrados porque já receberam a cota". Negociem com a concorrência, com certeza existirão propostas para pagar a multa que deve existir por quebra de contrato. Quando isso acontecer, a própria Rede Globo vai passar a repensar as transmissões dos campeonatos daqui.

Fim dos empresários

O que mais complica a vida dos jogadores, principalmente os jovens, são os empresários. É cada vez mais comum atletas de 13/14 anos com representantes que tomam a frente da situação e muitas vezes acabam com as carreiras deles.

O primeiro passo são as equipes começarem a negociar apenas com jogadores sem representantes, no máximo com pai/mãe/parentes, já a partir daí o futuro dos garotos seriam decididos sem a presença de alguém que pense só no lucro.

Caça talentos.

A Alemanha, atual campeã do mundo, pensou nisso há anos, e hoje colhe o que plantou.

O Brasil, com o tamanho territorial que tem e sendo o país do futebol, tem muitas joias escondidas. Cabe aos clubes encontrarem uma forma de os achar.

Entrar em bairros carentes com um saco de bolas e uniforme e realizar, ali mesmo, peneiras, pode captar futuros atletas. Evidentemente que não serão achados 40/50 jogadores de uma vez, mas, se for encontrado dois ou três por mês, daqui alguns anos o futebol brasileiro passará a ser destaque novamente.

Técnico novos

Muricy Ramalho, Mano Menezes, Felipão, Parreira, Vanderlei Luxemburgo... a lista de técnicos ultrapassados aumenta cada vez mais. Com futebol defensivo, onde os atacantes precisam primeiro defender para depois atacar, foco na bola parada e viver de nome são alguns motivos que fazem o futebol brasileiro descer a ladeira.

É necessário mudar. Procurar jovens treinadores que tenham outra filosofia de trabalho. Não precisa surgir um Guardiola em cada cidade, mas, que surjam pessoas que renovem os padrões brasileiros.

Volto a repetir: não sou dono da verdade, não sou eu quem vai mudar o futebol brasileiro. Mas, gostaria (e muito) que algumas dicas dessas pudessem ser aproveitadas e quem sabe, num futuro próximo, colher bons frutos para o nosso futebol.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

A seleção, a comissão técnica e a imprensa


Já está cheio de textos na internet sobre a eliminação pífia da seleção brasileira na última terça-feira (8) diante da Alemanha. Eu não vou analisar a partida, quero abordar alguns pontos específicos que poucas pessoas comentaram.

Primeiramente, será que ninguém enxergou que  nesta seleção não havia resquícios do time campeão da Copa das Confederações em 2013? A marcação pressão na defesa adversária, que tanto marcou aquele grupo, nesta Copa de 2014 simplesmente não existiu.

 Assim como não existiu o meio campo. Luis Gustavo, sozinho, jogava por todos. Era obrigado a marcar, sair jogando e até mesmo ir pro ataque para auxiliar Neymar e companhia. Fernandinho, quando entrou de primeiro volante se saiu muito bem, mas quando precisou jogar de segundo volante, foi abaixo do esperado. Paulinho fez uma péssima Copa. Oscar marcava como atacante e atacava como zagueiro. Se escondeu na maioria dos jogos, pouco criou e mesmo assim foi titular em todos os jogos.

Um pouco mais a frente víamos Fred. Mas apenas víamos, porque bola mesmo ficou devendo. E ficou devendo, novamente, simplesmente pelo fato de que não tinha quem dar a bola para ele. Era o tempo inteiro de costas pros zagueiros, brigando, mas sem obter sucesso. As vaias no Mineirão, ao meu ver, foram excessivas.

No banco, nenhum jogador que pudesse entrar e mudar o jogo. A convocação foi feita, mas faltou experiência. Faltou jogadores que colocassem um certo respeito aos adversários e redobrasse a atenção.

A comissão técnica

O futebol evoluiu, mas os treinadores brasileiros não. Vivemos a base do "pentacampeonato". Tradição e história. Mas, nenhuma delas entra em campo. É preciso reinventar. Hoje em dia, os jogadores primeiro precisam defender no Brasil, atacante tem que marcar lateral e etc., enquanto em outros países, eles precisa ter disciplina tática em campo. Temo pelo futebol brasileiro que parou no tempo. Os dirigentes da CBF só querem ganhar dinheiro. Os técnicos daqui, estão longe dos estrangeiros. E isso acaba tendo reflexo até na geração brasileira de atletas. Como ver Daniel Alves num setor que tínhamos Carlos Alberto Torres e Cafu? Como olhar para o sistema defensivo e ver que temos Henrique e Dante, que até são bons jogadores, mas não podem estar numa Copa do Mundo. No meio campo, Ramires. Seria um excelente velocista, mas no futebol de hoje não basta correr rápido, tem que ter velocidade e futebol. Por fim, Fred e Jô. Outros bons jogadores, campeões em seus clubes, mas também não podem ser a salvação de gol de um país que teve Romário, Ronaldo, Careca, Serginho Chulapa e outros.

O medo da imprensa

 A coletiva da comissão técnica na última quarta-feira (9), foi qualquer coisa absurda. De um lado, perguntas pífias e jornalistas com medo de questionar os entrevistados. Do outro, treinador, assistentes, médico e chefe de delegação se baseando em uma planilha de excel para rebater a goleada do dia anterior. Por fim, como se não bastasse, Carlos Alberto Parreira saca uma carta da desconhecida "Dona Lucia", cheia de elogios ao grupo, e começa a ler.

Um absurdo! Eles estavam lá para se defenderem do vexame e conseguiram piorar a situação. Mas, o que me deixa abismado é a imprensa.

Diante da pior derrota da seleção, contei apenas três repórteres que fizeram perguntas fortes e interessantes. Os jornalistas dos grandes veículos apenas estavam ali de passagem. Mauro Naves, da TV Globo, queria saber o esboço do time para a disputa do terceiro lugar.

Nada contra o Mauro Naves que é um grande profissional, mas, naquele momento, o povo queria saber muito mais da derrota para Alemanha do que o time que entrará em campo para disputar o terceiro lugar.

Listo aqui, alguns questionamentos que poderiam ter sido feitos:

- Por qual motivo a marcação pressão da seleção não foi utilizada?

- Perdemos o meio campo em todos os jogos e vivíamos de chutões da defesa para o ataque. Sendo assim, por qual motivo o treinador não trabalhou em cima disso?

- Bernard deu entrevista e disse que só soube que seria titular no dia do jogo, enquanto Felipão disse na coletiva que até o técnico adversário sabia que ele entraria com aquele time em campo...

- Se os olheiros, Roque Junior e Gallo, sugeriram que o time entrasse em campo com três volantes e sem o Fred, qual foi o motivo da opção pelo Bernard?

Das duas uma: ou a imprensa tem medo de perder a credencial para acompanhar a seleção se os "peitarem", ou há um acordo de cavalheiros ali para que ninguém saia como o errado da situação.

Para terminar, na penúltima entrevista coletiva antes da disputa de terceiro lugar, colocaram o pobre Neymar para falar. O menino chamou a responsabilidade e como sempre, muito bem treinado pelo seu staff, deu ótimas respostas.

Que venha a preparação da Copa da Rússia. E que exista alguém que dê um chacoalhão para mudarmos a situação do nosso futebol!

terça-feira, 24 de junho de 2014

O investimento feito no Mané Garrincha gera resultados positivos


Na última quinta-feira (19), estive no estádio Mané Garrincha, em Brasília, para acompanhar a partida que terminou na vitória da Colômbia por 2 a 1 sobre a Costa do Marfim, válida pela segunda rodada do grupo D da Copa do Mundo de 2014. E me surpreendi com a qualidade do espetáculo.

Preciso dividir em alguns itens a minha avaliação para deixar tudo bem explicado.

O estádio

Foi gasto mais de um bilhão de reais no investimento do Mané Garrincha. Parece assustador um valor desses para a construção do estádio, mas, ao menos, o produto final é totalmente satisfatório. A chegada e saída do estádio é feita com muita facilidade, da mesma forma que as entradas em qualquer setor. Havia uma pequena fila para passar o ingresso na catraca, mas nada que passasse de cinco minutos.

A revista é muito bem feita com detectores que lembram os de aeroportos. Após isso, as placas de indicação estavam bem sinalizadas e os voluntários a todo o mundo ajudavam quem precisava de ajuda.

Para chegar até a minha cadeira foi simples e tranquilo. O estádio é magnífico! Banheiro limpos, várias lanchonetes para atender o público (os preços estavam bem altos, mas para um padrão de Copa do Mundo, infelizmente não se pode mudar muita coisa), acessos fáceis, enfim, não há do que reclamar.

O jogo

A seleção da Colômbia vem forte para este Mundial, mesmo sem a principal estrela do time, Falcão Garcia. Os ótimos Cuadrado e James Rodrigues são os pilares deste time, junto com o zagueiro e capitão Yepes, que, aliás, é um dos grandes ídolos da torcida. A cada jogada que ele disputava era uma festa nas arquibancadas.

Ainda precisam corrigir muita coisa no time, principalmente no ataque, mas eles têm tudo para incomodar no mata-mata.

A torcida

Que maravilha! Dos quase 80 mil presentes, me arrisco a dizer que 75% dos presentes eram colombianos que apoiavam o time a todo o tempo com uma energia fora do comum.

Eles foram muito receptivos com nós, brasileiros. A todo o instante queriam tirar fotos e quando pedíamos o mesmo a eles, nenhum se negava a sair em um retrato.

O Mané Garrincha quase veio abaixo em dois momentos: na execução do hino colombiano e no gol de James Rodrigues. Inclusive, neste último instante veio a cena do jogo que precisa ser descrita.

Um rapaz de 20 e poucos anos, eufórico com o gol, subiu na cadeira e começou a pular. Imediatamente um brasileiro o chamou e repreendeu a atitude. O jovem, então, envergonhado com a atitude, disse em bom espanhol "Me perdoe. A emoção é muito grande, não consegui me conter. Vocês (brasileiros) têm cinco mundiais, então é normal esse momento, mas, para nós que há 16 anos não disputávamos uma Copa, é impossível não agir desta forma".

O pós jogo

Após a partida, a festa foi para o entorno do estádio. Brasileiros e colombianos se misturavam para dançar e pular sem medo algum. Era ritmo colombiano daqui, músicas brasileiras de cá, mas ninguém se importava com isso, o importante era interagir.

A minha interação se deu quando troquei um bandeira do Brasil por uma da Colômbia. Tive que insistir um pouco para que a mulher aceitasse a troca, mas, no final, até foto ela pediu para tirarmos.

O que deixo de aprendizado deste jogo é que a Copa do Mundo deveria acontecer todo ano, porque a festa dentro e fora de campo é única!
 
O lado externo do estádio Mané Garrincha (Foto: Veja)
 

sábado, 28 de dezembro de 2013

Brasileirão 2013 é decidido no tribunal



O Campeonato Brasileiro de 2013 teve sua última rodada no dia 08, mas engana-se quem acha que foi encerado ali. O Cruzeiro terminou com campeão, enquanto Fluminense, Vasco, Ponte Preta e Náutico foram rebaixados para a série B em 2014. Mas, pela escalação irregular do meia Héverton, a Portuguesa, que havia terminado com 48 pontos, acabou perdendo quatro pontos (três pela escalação irregular e mais o ponto ganho na última rodada diante do Grêmio) e terá que disputar a segunda divisão nacional, livrando o Fluminense do descenso.

A questão que fica é sobre mais uma vez a equipe carioca ser beneficiado e permanecer na elite do futebol brasileiro. Muitas pessoas alegam que o Fluminense não foi capaz de dentro de campo ficar fora da zona de rebaixamento, e mesmo com o erro da Portuguesa, deveria sim disputar a série B. Seria uma decisão ética, segundo essas pessoas.

Porém, a dúvida que fica é a seguinte: que culpa tem o Fluminense neste caso? Em anos anteriores a equipe das Laranjeiras foi beneficiada pelo tapetão, deixou de disputar uma série B e pulou da C para a A diretamente, mas, neste ano, não tem como se discutir que houve uma virada de mesa.
Muitas reviravoltas ainda estão por vir. A Portuguesa, que não aceita o julgamento do STJD, pretende entrar na justiça comum para se manter na primeira divisão. O Fluminense, por sua, espera o resultado definitivo para começar seu planejamento para o ano que está por vir. Até lá, o clima continuará hostil para a torcida e para os jogadores tricolores.
Para 2014, muita coisa precisa mudar. A CBF precisa ser clara no seu regulamento, precisa construir um sistema que mostra que quais jogadores estão suspensos para determinada partida. Aliás, este artificio já é utilizado nos campeonatos de várzea onde na súmula já consta quais atletas não estão aptos para determinadas partidas. E se na várzea funciona, por qual motivo o principal campeonato profissional do país não consegue copiar a fórmula?
Os clubes precisam ser mais cuidadosos. Se manter na série A dentro de campo e ser rebaixado por um erro administrativo não pode ser aceito. Pelo sim, pelo não, a Lusa deveria ter deixado o atleta Héverton fora da partida que já não valia muita coisa tanto para eles, como para a equipe adversária.
E, por último, mas não menos importante, os atletas do Bom Senso F.C que tanto querem suas próprias melhorias, deveriam se posicionar a respeito do caso. Claro que possuem atletas tanto da Portuguesa, como do Fluminense, mas poderia haver um acordo para intimar a CBF para regularizar essa situação.
Em 2014 sediaremos uma Copa do Mundo. O Brasil já está sendo colocado em xeque tantas vezes pelas obras, pelo desvio do dinheiro e demais fatores extra campo, não podemos dar mais brechas para ficarmos com a imagem manchada!


domingo, 7 de julho de 2013

Perca, mas com dignidade!



A ideia principal desse blog é falar sobre esportes coletivos, mas preciso abrir uma exceção para falar sobre a luta deste último sábado (06),em Las Vegas, EUA, entre Anderson Silva, o “Spider”, e Chris Weidman, que valia o cinturão da categoria peso médio do UFC.

Nas últimas vezes que esteve dentro do octógono, Anderson já vinha adotando a tática de tentar intimidar o adversário. Luta de guarda baixa e pedia pra tomar tapas e socos e etc.  Se é certo ou não, é uma discussão para outro post, mas o fato é que realmente vinha dando resultado, já que Spider sempre ganhava suas lutas e continuava dono do cinturão da categoria. 

Uma hora ou outra isso não ia dar certo, e foi exatamente o que aconteceu. Do outro lado estava Chris Weindman, com o cartel de nove vitórias e nenhuma derrota no UFC, e tido por muitos como um dos poucos a ter capacidade de ganhar de Anderson Silva.  

Ainda no primeiro round o americano quase venceu aplicando uma chave de braço, mas Anderson conseguiu se recuperar. A partir daí o brasileiro entrou em cena com suas provocações e desestabilizou Weindman, que mesmo perdido no octógono saiu vencedor do round. 

O segundo round começou e as provocações do brasileiro continuavam. Mas, desta vez, muito acima do que ele costuma fazer. E foi desta forma que a luta teve fim. Anderson tomou o primeiro soco de Weidman e fingiu estar caindo para provocar o adversário, mas Weidman continuou a sequência de socos e finalizou Spider..


Após a luta o brasileiro disse que não ia querer revanche, já que pensa em se aposentar, mas certamente o seu contrato fará com que isso aconteça. Como fã do trabalho de Anderson fiquei muito chateado com a maneira com que ele perdeu. Perder, em esporte, é comum. Ninguém consegue se manter em alto nível por tanto tempo, mas não precisa menosprezar tão veementemente o adversário.

Anderson errou e errou feio. Deveria respeitar os seus fãs e todos que se dedicam a sua carreira no esporte. Que peça a revanche e reconquiste o cinturão. Se não quiser continuar com ele, deixe pro chefão Dana White decidir o que acontecerá, mas por favor, encerre a carreira de maneira digna, em alta, como foi grande parte dela.

É isso, pessoal. Me perdoem pelo post de desabafo, mas não poderia deixar essa situação passar batida. Até a próxima!

segunda-feira, 1 de julho de 2013

O professor que doutrinou o aluno


A Copa das Confederações chegou ao fim, mas deixou um legado de aprendizados para o Brasil. Aprendemos que jamais devemos desconfiar da Seleção Brasileira, a única pentacampeã mundial. Que não podemos duvidar da nossa capacidade de se sediar um espetáculo para o mundo inteiro acompanhar. E que, principalmente quando a competição é oficial, o torcedor fecha com o time, mesmo estando desconfiado de termos ou não um time pronto pra jogar,  se temos falhas em algum setor, ou se aquele determinado jogador tão especulado ficou de fora da lista oficial.

E foi assim que o Brasil conquistou mais uma Copa das Confederações, a quarta para nós. Estive presente ao Maracanã e fiz parte das mais de 73 mil vozes que cantou à capela determinado trecho do hino nacional. O mesmo hino que marcou ao longo do torneio. Desde o primeiro jogo, em Brasília, a torcida já tinha continuado o canto mesmo após a música do estádio ter se encerrado. Ali estava a primeira dica que seríamos campeões. A emoção de cada jogador estava clara. 

 

De um lado estava essa seleção que tinha um misto de emoção, qualidade e família Scolari. Do outro, a temida Espanha que vinha como grande favorita por ser a atual campeã do mundo e que não perdia há anos. Mas quando o jogo começou, o Brasil mostrou aos espanhóis que um aluno jamais será melhor que o professor.

A partida terminou em 3 a 0 para nós, mas poderia ser muito mais. Fred e Oscar ainda no primeiro tempo poderiam aumentar o resultado, mas David Luiz e Julio Cesar também foram fundamentais para que o placar elástico fosse mantido. O zagueiro do Chelsea tirou em cima da linha o chute de Pedro após contra ataque rápido da Espanha e fez o Maracanã vir abaixo como se fosse um gol. Já o goleiro, eleito o craque da posição ao longo da Copa dos Confederações, fez mais três defesas importantes. Sérgio Ramos ainda cobrou um pênalti para fora e também ajudou nos 3 a 0.

Se a defesa conseguiu segurar o ataque adversário, sobrou para os atacantes colocarem a bola nas redes do goleiro Casillas. Neymar, eleito melhor jogador da final (pela quarta vez) e também do torneio, deixou seu gol. Fred que foi contestado ao longo da competição marcou os outros e ficou ao lado de Fernando Torres como artilheiro, ambos com 5 gols. Mas não podemos nos esquecer dos outros jogadores da Seleção.

Hulk mostrou que no futebol a disciplina técnica tem sua importância. Deixou Lucas, um dos principais destaques desse time no banco. Paulinho mostrou o porquê é considerado o melhor volante do país. Luiz Gustavo que às vezes não é tão comentado cuidava da proteção à zaga. Impecável não só na final, mas em todas as cinco partidas do Brasil. Marcelo e Dani Alves também foram fundamentais no Maracanã. Já Oscar foi muito abaixo da média, sentiu a pressão de ser o articulador dessa Seleção. Talvez aí esteja uma das posições que Felipão precisa tomar cuidado para conquistar a Copa do Mundo em 2014. Felipão que, aliás, merece menção honrosa. Fez em poucos meses o que Mano Menezes não conseguiu fazer em quase três anos. Montou um time com elenco forte, deu padrão de jogo a ele e o resultado foi à doação de cada jogador pelo companheiro em campo. 

Mandamos para casa cabisbaixos a Espanha, atual número 1 do ranking da FIFA e calamos a boca de todos que preferiram apoiar times de fora do que a nossa própria Seleção. 

Não deve ser esquecido o show da torcida durante o jogo. Em momento algum houve críticas, sempre apoiando o time, vaiando o adversário, empurrado os jogadores e gritando “olé” e “o campeão voltou” ainda na primeira etapa. O mundo viu que realmente somos o país do futebol, tanto dentro, como fora de campo. Viram também que somos o país da festa, já que o encerramento do torneio não ficou abaixo de nenhum outro grande evento do mundo. 

E que venha 2014!

Maracanã

Resolvi fazer esse tópico a parte para falar mais sobre o novo Maracanã. O caminho ao estádio – saindo de Copacabana – foi tranquilo. Chegamos lá por volta das 16 horas, 3 horas antes do início da partida, e não tivemos nenhuma dificuldade. Sinalizações ao longo do estádio mostravam qual era à entrada de cada um dos quatros setores. Já lá dentro as indicações para se sentar no local marcado no ingresso deixava claro para onde cada torcedor deveria se dirigir.

Os banheiros estiveram limpos durante todo o tempo em que estive lá dentro, muito cheirosos por sinal. No intervalo havia uma pequena fila em um dos banheiros masculinos, mas era de se imaginar, já que é o único momento em que grande parte do estádio resolve dar uma passada por lá. 

Quanto a comida, realmente muito caro. R$12,00 um copo de cerveja, R$8,00 uma pão com salsicha que deveria ser um hot dog e R$10,00 um saco de pipoca. Espero que isso possa ser resolvido para a Copa do Mundo.

Se eu pudesse dar uma final geral para o jogo e estádio seria um 8. A emoção de estar lá presente foi  única na minha vida. Espero se Deus quiser voltou ao Maracanã na final da Copa do Mundo, mas se isso não vier a acontecer, poderei contar para as minhas próximas gerações tudo que foi vivido naquelas seis horas que fiquei dentro do estádio.

Um grande abraço a todos os leitores, até a próxima.

sábado, 13 de abril de 2013

Muricy Ramalho divide opiniões da torcida santista

Estava há muito tempo sem postar aqui no blog por falta de tempo. Continuo com o mesmo problema, ainda mais estando em ano de TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), mas, devido aos últimos acontecimentos, me senti obrigado a escrever este post.

A atual pauta no Santos Futebol Clube é a seguinte: “Esse time não me representa”, campanha idealizada pela Gisele Berto  e que vem dividindo a torcida alvinegra. De um lado, há uma grande parte que concorda com o protesto. Acham que o técnico Muricy Ramalho, sua comissão e até mesmo a diretoria da equipe já estão ultrapassadas e pedem mudanças. Do outro, as organizadas e uma menor parte dos chamados torcedores comum que batem na tecla de que Muricy Ramalho conquistou 4 títulos no comando do Santos e não merece as críticas que vêm recebendo.

Créditos: uol


De forma alguma quero ser o dono da verdade, mas preciso constatar alguns argumentos. Que o treinador conquistou títulos, é verdade. Que tirou o time da fila da Libertadores que durava 48 anos, também é verdade. Mas paramos por aqui! Depois da conquista do torneio continental, foram 6 meses de preparação para o Mundial Interclubes contra o Barcelona (campeão da Uefa Champions League daquele mesmo ano – 2011). O Brasileirão ficou de lado, era visto apenas como um torneio-treino para tentar surpreender umas das melhores equipes que o futebol já teve. A esperança do torcedor era de que realmente o Santos pudesse, de alguma forma, repetir o que o Internacional de Porto Alegre havia feito em 2006. O tempo passava e o torneio se aproximava. Em uma partida do brasileiro, o volante Adriano, que havia conquistado a vaga de titular durante a Libertadores, se machucou e estava fora do Mundial. A perda era enorme, já que apesar da sua limitação técnica ofensiva, era compensada com a sua vontade na marcação. Não havia tempo para achar um substituto e o Santos foi com o que tinha para o Japão. Lá, ganhou a semifinal da competição diante do Kashima Reysol por 3 a 1 e na grande final, encarava o todo poderoso Barcelona.

Muricy Ramalho então tentou surpreender. Entrou em campo com 3 zagueiros (quando seu habitual esquema era o 4-4-2). O treinador nunca havia testado essa formação durante os 6 meses preparatórios para o Mundial. Resultado: o Santos perdeu e perdeu feio de 4 a 0 para os espanhóis. A superioridade adversária era enorme. Somado a isso, estava um time apático que entrou em campo para assistir o Barcelona jogar. Perdidos em campo, Neymar, Ganso, Elano e companhia não sabiam o que fazer, apenas abaixaram a cabeça e saíram derrotados da final.

De lá para cá, tudo piorou. Elano foi negociado com o Grêmio. Paulo Henrique Ganso foi vendido ao rival São Paulo. Borges foi para o Cruzeiro. Assim, os jogadores titulares deixaram o Santos. Muricy e seu elenco até conquistaram o Paulistão em 2012 e a Recopa do mesmo ano, mas, em ambos os jogos, sem brio em campo. Sem a vontade e determinação que deram o título da Libertadores no ano anterior, sem a alegria e festa de 2010 que colocaram o Santos no topo do país novamente depois 2 anos que lutava para não cair na série B do brasileiro.

Ou seja, Muricy ganhou sim títulos, mas acabou com o DNA ofensivo que sempre foi o marco do Santos Futebol Clube. Dizem, que jogar feio e com resultado é melhor do que jogar bonito sem vencer. Mas o Santos não é isso. O Santos é um time que joga bonito e tem resultados, se começa a jogar feio pra ter resultado, é porque tem coisa errada por aí.
Apesar da divisão da torcida, uma coisa precisa ser retratada aqui: os jogadores do Santos não aguentam manter o empenho 90 minutos. Se jogam bola nos 45 minutos iniciais, morrem na segunda tempo, ou vice-versa. A preparação precisa melhorar, o time precisa voltar a ter padrão de jogo, ter vontade, jogadas ensaiadas ou algo que surpreenda o adversário. Enfim, o Santos precisa voltar a ser Santos!


Um forte abraço e até a próxima neste mesmo batblog.