segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Esportes Coletivos Pautados entrevista Cheeco, jogador de futebol americano

Muito boa tarde, queridos leitores. Para darmos início às postagens de 2012 do blog Esportes Coletivos Pautados, vamos tratar agora de uma entrevista com o jogador de futebol americano do Santos Tsunami, Francisco Rocha, ou simplesmente Cheeco. O camisa #30 da equipe da baixada já atuou como Cornerback no início da carreira, mas hoje tem a função de Free-safety (ambas posições de defesa) e faz parte do elenco desde a criação do time, em 2010. Para saber um pouco mais da história do Tsunami, confira aqui as principais informações, direto do site da própria equipe.



Ficha Técnica



Nome: Francisco Rocha
Apelido: Cheeco
Nascimento: 17 de julho de 1986, em Santos - SP
Peso: 82kg
Altura: 1,71m
Profissão: Apesar de jogar futebol americano, Cheeco não recebe salários para isso. E para poder se sustentar, ele atua como Diretor de Arte na empresa Ph3, Propaganda e Marketing.
Escolaridade: Superior Completo - Propaganda e Marketing na Universidade Monte Serrat (Unimonte), em Santos.




Entrevista
Esportes Coletivos Pautados: Quando e como você começou a acompanhar, e depois praticar, o futebol americano?
Cheeco: Comecei a acompanhar futebol americano em outubro de 2010, e a jogar no mesmo período. Vi um convite numa comunidade do Orkut convidando pessoas de todos os tipos a treinar futebol americano. Não precisava ter conhecimento no esporte, nem tê-lo nunca praticado. Decidi ir então com um amigo e fui bem aceito no time. Gostei do esporte, fui me interessando por regras e afins, desde então me viciei e não parei de assistir.

ECP: Explique para os leitores qual sua função (Defensive Back) em campo

C: Os defensive backs ou os jogadores da secundária, como também são conhecidos, são jogadores que jogam na parte de trás da defesa. São atletas geralmente mais rápidos do que fortes, porque têm de, basicamente, cobrir as jogadas de passe. Os defensive backs são cornerbacks, que marcam os wide-receivers (atacantes) e strong e free-safety. Comecei no futebol americano como cornerback, mas já treinei também como strong-safety. Hoje minha função é Free-safety (defensive back que se alinham 10 ou 15 jardas atrás da linha de scrimmage) . É importante que os jogadores, não só da secundária, mas todos os outros do time, saibam jogar em mais de uma posição, pois a rotatividade durante o jogo é muito grande

ECP: Você se inspira em algum jogador internacional?

C: Sim, tem muitos jogadores que busco me inspirar, ver videos, tentar me posicionar igual, fazer os mesmos treinos. Isso é muito importante pra evolução. Eu, particularmente, gosto muito de alguns nomes como: Asante Samuel, Champs Bailey, Darrelle Revis, Charles Woodson... mas o jogador que sou fã mesmo e me inspiro é Nnandi Asomugha (Cornerback que hoje atua pelo Philadelphia Eagles).

ECP: Nacionalmente falando, qual é o grande destaque do futebol americano no Brasil e por quê?

C: Não vejo nenhum grande destaque no futebol americano nacional no momento, mas vejo uma enorme evolução de pouco tempo pra cá. O futebol americano no brasil está crescendo em proporções enormes, já temos jogadores atuando em algumas universidades americanas (todos como kickers), em pouco tempo essenúmero pode aumentar e até, quem sabe, com os investimentos feitos nas categorias de base (sub-19) não possamos ter, dentro de 5 anos ou mais, um representante na NFL? Talento é o que não falta.

ECP: O que na sua opinião falta para tornar o esporte mais popular em nosso país? A unificação das ligas nacionais(Torneio Touchdown e LBFA - Liga Brasileira de Futebol Americano) traria beneficios para ajudar nessa crescente?

C: Não sei se a unificação das ligas ajudaria nisso. O que com certeza ajudaria, seria o maior envolvimento da mídia com a causa. O brasileiro tem de estar acostumado com o futebol americano, um esporte de muitos pontos, que a defesa é primordial, que tem muitas regras, contato, inteligência. Aos poucos estamos ganhando espaço na mídia, espero que isso nunca pare.

ECP: Você considera o esporte violento devido a tantas ”jogadas fortes” que temos?

C: ‘Violento’ creio que não seja a palavra. Sim, é um esporte de contato e assim como os outros, têm contusões, mas não defino como violento, pois há sempre muita lealdade em todas as jogadas.

ECP: De quantas temporadas você acredita que o Santos Tsunami precise para brigar pelo título do torneio nacional (Torneio Touchdown)?

C: Ano passado (2011) foi nosso primeiro ano com o time inteiro usando equipamento. Foi um ano de muito aprendizado, enfrentamos adversários fortes e acostumados com os equipamentos. Pra ter noção, em um mês, o time de Corupá, que enfrentamos na segunda rodada do Torneio Touchdown, já tinha feito mais jogos com equipamento completo do que nosso time em toda a vida. Isso foi primordial para definir o rumo de alguns times no campeonato. Creio que nesta temporada já estaremos mais preparados pra ir mais longe no campeonato.

ECP: Como são feitos os treinos do Santos Tsunami?


C: Os treinos são feitos de domingo à sexta, sendo que às segundas, quartas e sextas o treino é na academia e às terças e quintas o treino é no campo. O treino vai mudando nos períodos no ano, no começo da temporada é mais voltado ao condicionamento físico, mas quando nos aproximamos do meio da temporada, os treinos no campo ficam mais voltados a execução de jogadas. Já os treinos de domingo são realizados no CT Meninos da Vila e é totalmente voltado a parte tática e técnica.

ECP: Na NFL (Liga Americana) você tem preferência por algum time? Por quê?

C: New York Giants, porque desde que me conheço por gente gosto de esportes americanos (basquete e beisebol), e sempre torci por times de Nova Iorque. Com o futebol americano não poderia ter sido diferente.

ECP: Uma partida inesquecível e uma que você gostaria de apagar da memória

C: Uma partida inesquecível foi contra o Ponta Grossa Phantoms, apesar de termos perdido. Pois estávamos perdendo de mais de 20 pontos de diferença, faltando 5 minutos pro final e o ataque foi buscar. Tivemos a oportunidade de empatar e até virar o jogo, mas por falha na arbitragem, perdemos por diferença de 2 pontos. Não apagaria nenhuma partida da memória, porque todas, inclusive a última rodada que perdemos para o Corinthians Steamrollers (por 76 a 0), serviu de aprendizado.

ECP: Seu grande sonho praticando futebol americano é:

C: Que o esporte seja reconhecido no país e que um dia possamos jogar diante de grandes torcidas.

ECP: Um recado para àqueles que querem praticar futebol americano...

C: Você quer, você pode!








É isso aí, pessoal! Queria agradecer ao Cheeco pela entrevista e a todos vocês por prestigiarem este blog. Quem quiser saber mais sobre a vida do atleta (e podem esperar, ele tem muita bola para em algumas temporadas vir a se tornar uma das referências da sua posição) ou até mesmo do seu ótimo trabalho como diretor de arte, siga-o no twitter (@cheecorocha).



Um forte abraço e até mais uma postagem aqui no Esportes Coletivos Pautados!

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